quarta-feira, 20 de junho de 2007

com vocês, Donatella.

Donatella é assim: nem bonita, nem feia; nem magra, nem gorda; nem alta, nem baixa; nem isso, nem aquilo. Tinha lá seus 25 anos, e, como toda menina de lá seus 25 anos, sonhava encontrar um príncipe encantado: aquele que diria eu te amo na primeira noite, e que na manhã seguinte estaria sobrevoando a janela em um helicóptero, despejando milhares de pétalas de rosas vermelhas. Enquanto não encontrava o 'the one', Donatella se divertia experimentando o que havia no mercado. Ou tentando experimentar. Ou só olhando e comentando com as amigas.
Naquele dia seria diferente: Donatella acordou sentindo que era o seu dia. Se não achasse o príncipe nessa noite, não acharia nunca mais. E fez todos os preparativos para que isso acontecesse: pé, mão, cabelo, bigode. Barba ela não tinha. Saiu do salão com a certeza de que o amor da sua vida estava mais perto do que nunca. Se arrumou como tinha aprendido nos tempos em que trabalhava na Renner: a sombra dourada vinha, de dentro pra fora, até o meio do olho. E a ponta, bem preta, dava um visual pantera. Cabelo solto ou preso? Liso ou crespo? Melhor não arriscar: nada como a boa e velha chapinha. Donatella se olhou no espelho como se quem dissesse "eu quero, eu posso, eu consigo". Saiu de casa com um sorriso estampado e muito glitter no rosto. A fila da boate dava voltas. E começou a chover.

(continua...)

2 comentários:

Dídi disse...

ela tem que encontrar seu mestre splinter. the one and only.

crawshaw. disse...

a donatella é a musa do blog!