sábado, 29 de setembro de 2007

Pra quê playstation 1, 2, 3 e 4?

Vocês lembram desse brinquedo?
A gente ia espetando as facas no pirata até a cabeça dele sair voando!!

Sádico e genial.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

terça-feira, 25 de setembro de 2007

um brinde à Elis!

Chegou do trabalho cansada, mas resolveu remexer seus discos espalhados pelo quarto verde abacate até encontrar algo que lhe prestasse naquele dia tão exaustivo. Foi então que bateu com os olhos em uma das mais especiais relíquias que tinha resgatado de uma caixa que sua mãe pretendia doar certa vez, quando as casas ainda não tinham grades nem mesmo nas janelas. Estava ali à sua frente a mulher mais vivida deste Brasil, toda e somente Elis Regina. A mulher dos mil traços que a levou a querer ouvir cada vez mais e mais da música popular brasileira, conhecer a fundo a história da nossa cultura e do nosso samba. A menina-moça que lhe apresentou Toquinho e Vinícius e que a fez apreciar a arte do tão querido Chico Buarque. Que lhe concedeu influências musicais tão grandes, que nem se ainda estivesse viva, Elis conseguiria entender.
Sentada no chão do quarto, em meio a infinitos LP’s, lembrou dos dias em que sua mãe colocava para rodar um disco de bossa nova que costumava ouvir aos domingos, enquanto fazia o almoço da família. Aquela mesma posição lhe rendeu belos e tímidos sorrisos na memória onde vagava a cena de seus brinquedos espalhados pela sala e aquela música soando de voz fina e delicada, sempre tranqüilizando a alma – mesmo de uma criança – e fazendo o coração sorrir.
Já tinha esquecido de como toda aquela música lhe fazia bem. Como todos os acordes e todos os barulhos daquele disco lhe soavam como um calmante. Era como se entrasse em alfa e esquecesse todos os problemas que pudessem atrapalhar aquele momento. Colocou o LP para rodar no toca-disco que ficava ao lado de sua cama e ouviu, de olhos bem fechados, os versos ‘caía a tarde feito um viaduto, e um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos...’. Aquele foi o estopim para um turbilhão de emoções dentro de seu peito. Todas as boas lembranças de sua vida no interior lhe vieram à tona. Todos os almoços em família, todos os brindes de ano-novo, todos os presentes e bolos de aniversário.
Decidiu que aquela sua atitude virara agora um ritual. Diariamente, ao chegar em casa, escutaria um disco da nossa música tão popular e tão brasileira. Aquela semana era dela, e só dela. Elis Regina merecia não só sete dias, mas uma eternidade de apreciação das suas músicas. Merecia não somente algumas danças, mas um samba no pé de uma avenida inteira. Como não podia lhe fazer tamanho merecimento, sambava na sala de casa, de pés descalços e janela aberta para o vento bater de leve e ajudar a remexer os cabelos quando necessário. Se chovesse, melhor ainda. O som dos pingos caindo ao chão ajudava a contar o tempo das músicas e não a deixava errar o ponto da dança. Seu apartamento era pequeno, mas o espaço para o ritual já estava garantido. Chegava em casa, largava as chaves em cima da mesa da pequena cozinha e já acionava o toca-disco. Tirava os sapatos com uma incrível velocidade, arredava a mesa que ficava em frente à televisão e começava a soltar o corpo, lavar a alma e deixar toda aquela voz penetrar seu espírito com a maior das inocências.
Não importava como tinha sido seu dia. O instante mais esperado era o de ficar a sós com seus Long Plays e consigo mesma. Dançava até seus pés não agüentarem mais, até o disco pular, ou até ficar sem voz. Desligava o celular e tirava do gancho o telefone de casa. Como não tinha pensado nisso antes? O tempo havia consumido as boas idéias de se ter um final de dia satisfatório durante todos esses anos. Sabia que estava fazendo a coisa certa. Descobrira, enfim, o que era felicidade em um simples ato de tentar organizar o quarto.

sábado, 22 de setembro de 2007

com um pouquinho de atraso...

óquei! ele não é nenhum Absolut, também não é hothothot, mas, enfim, aniversariante do dia (ou de ontem) tem algumas regalias aqui no SemCostura.

entãããão...



PARABÉNS RÊÊÊ! viva, viva, viva! semana cheia de comemorações pra Rê-belde. (eu juro que pensei em colocar teu gatzinho assim, mas ia ser muita maldade, néam? RÁ!)

e todo mundo pulando e cantando parabéns, já. afinal, o que seria do trio sem a Rê pra fazer o social?
iéééééé ;D

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Grande Edgar

Na onda das crônicas, resolvi roubar descaradamente essa aqui do Luli - sim, eu deixo o Verissimo pegar meu apelido emprestado - e esperar que ele não passeie pelas paragens do Mr. Potato Head à caça de direitos autorais. Peço desculpas pela falta de originalidade já que esse texto é tri famoso. MAS, como eu sempre digo, clássicos não viram clássicos à toa.
Um dia eu morro de tanto rir. Boa leitura.

Já deve ter acontecido com você.
- Não está se lembrando de mim?
Você não está se lembrando dele. Procura, freneticamente, em todas as fichas armazenadas na memória o rosto dele e o nome correspondente, e não encontra. E não há tempo para procurar no arquivo desativado. Ele está ali, na sua frente, sorrindo, os olhos iluminados, antecipando a sua resposta. Lembra ou não lembra? Neste ponto, você tem uma escolha. Há três caminhos a seguir. Um, o curto, grosso e sincero.
- Não.
Você não está se lembrando dele e não tem por que esconder isso. O “Não” seco pode até insinuar uma reprimenda à sua pergunta. Não se faz uma pergunta assim, potencialmente embaraçosa, a ninguém, meu caro. Pelo menos não entre pessoas educadas. Você deveria ter vergonha. Não me lembro de você e mesmo que lembrasse não diria. Passe bem.
Outro caminho, menos honesto mas igualmente razoável, é o da dissimulação.
- Não me diga. Você é o… o…
“Não me diga”, no caso, quer dizer “Me diga, me diga”. Você conta com a piedade dele e sabe que cedo ou tarde ele se identificará, para acabar com a sua agonia. Ou você pode dizer algo como:
- Desculpe, deve ser a velhice, mas…
Este também é um apelo à piedade. Significa “Não torture um pobre desmemoriado, diga logo quem você é!” É uma maneira simpática de dizer que você não tem a menor idéia de quem ele é, mas que isso não se deve à insignificância dele e sim a uma deficiência de neurônios sua.
E há o terceiro caminho. O menos racional e recomendável. O que leva à tragédia e à ruína. E o que, naturalmente, você escolhe.
- Claro que estou me lembrando de você!
Você não quer magoá-lo, é isso. Há provas estatísticas que o desejo de não magoar os outros está na origem da maioria dos desastres sociais, mas você não quer que ele pense que passou pela sua vida sem deixar um vestígio sequer. E, mesmo, depois de dizer a frase não há como recuar. Você pulou no abismo. Seja o que Deus quiser. Você ainda arremata:
- Há quanto tempo!
Agora tudo dependerá da reação dele. Se for um calhorda, ele o desafiará.
- Então me diga quem eu sou.
Neste caso você não tem outra saída senão simular um ataque cardíaco e esperar, falsamente desacordado, que a ambulância venha salvá-lo. Mas ele pode ser misericordioso e dizer apenas:
- Pois é.
Ou:
- Bota tempo nisso.
Você ganhou tempo para pesquisar melhor a memória. Quem é esse cara, meu Deus? Enquanto resgata caixotes com fichas antigas do meio da poeira e das teias de aranha do fundo do cérebro, o mantém à distância com frases neutras como “jabs” verbais.
- Como cê tem passado?
- Bem, bem.
- Parece mentira.
- Puxa. (Um colega da escola. Do serviço militar. Será um parente? Quem é esse cara, meu Deus?)
Ele está falando:
- Pensei que você não fosse me reconhecer…
- O que é isso?!
- Não, porque a gente às vezes se decepciona com as pessoas.
- Eu esquecer você? Logo você?
- As pessoas mudam. Sei lá.
- Que idéia! (É o Ademar! não. o Ademar já morreu. Você foi ao enterro dele. O… o… como era o nome dele? Tinha uma perna mecânica? Você pode chutá-lo amigavelmente. E se chutar a perna boa? Chuta as duas. “Que bom encontrar você!” e paf, chuta uma perna. “Que saudade!” e paf, chuta a outra. Quem é esse cara?)
- É incrível como a gente perde contato.
- É mesmo.
Uma tentativa. É um lance arriscado, mas nesses momentos deve-se ser audacioso.
- Cê tem visto alguém da velha turma?
- Só o Pontes.
- Velho Pontes! (Pontes. Você conhece algum Pontes? Pelo menos agora tem um nome com o qual trabalhar. Uma segunda ficha para localizar no sótão. Pontes, Pontes…)
- Lembra do Croarê?
- Claro!
- Esse eu também encontro, às vezes, no tiro ao alvo.
- Velho Croarê! (Croarê. Tiro ao alvo. Você não conhece nenhum Croarê e nunca fez tiro ao alvo. É inútil. As pistas não estão ajudando. Você decide esquecer toda a cautela e partir para um lance decisivo. Um lance de desespero. O último, antes de apelar para o enfarte.)
- Rezende…
- Quem?
Não é ele. Pelo menos isto está esclarecido.
- Não tinha um Rezende na turma?
- Não me lembro.
- Devo estar confundindo.
Silêncio. Você sente que está prestes a ser desmascarado.
Ele fala:
- Sabe que a Ritinha casou?
- Não!
- Casou.
- Com quem?
- Acho que você não conheceu. O Bituca.
Você abandonou todos os escrúpulos. Ao diabo com a cautela. Já que o vexame é inevitável, que ele seja total, arrasador. Você está tomado por uma espécie de euforia terminal. De delírio do abismo. Como que não conhece o Bituca?
- Claro que conheci! Velho Bituca…
- Pois casaram.
É a sua chance. É a saída. Você passa ao ataque.
- E Não me avisaram nada?!
- Bem…
- Não. Espera um pouquinho. Todas essas coisas acontecendo, a Ritinha casando com o Bituca, o Croarê dando tiro, e ninguém me avisa nada?!
- É que a gente perdeu contato e…
- Mas o meu nome está na lista, meu querido. Era só dar um telefonema. Mandar um convite.
- É…
- E você ainda achava que eu não ia reconhecer você. Vocês é que esqueceram de mim!
- Desculpe, Edgar. É que…
- Não desculpo não. Você tem razão. As pessoas mudam… (Edgar. Ele chamou você de Edgar. Você não se chama Edgar. Ele confundiu você com outro. Ele também não tem a mínima idéia de quem você é. O melhor é acabar logo com isso. Aproveitar que ele está na defensiva. Olhar o relógio e fazer cara de “Já?!”)
- Tenho que ir. Olha, foi bom ver você, viu?
- Certo, Edgar. E desculpe, hein?
- O que é isso? Precisamos nos ver mais seguido.
- Isso.
- Reunir a velha turma.
- Certo.
- E olha, quando falar com a Ritinha e o Mutuca…
- Bituca.
- E o Bituca, diz que eu mandei um beijo. Tchau, hein?
- Tchau, Edgar!
Ao se afastar, você ainda ouve, satisfeito, ele dizer “Grande Edgar”. Mas jura que é a última vez que fará isso. Na próxima vez que alguém lhe perguntar “Você está me reconhecendo?” não dirá nem não. Sairá correndo.






sábado, 15 de setembro de 2007

O dia do julgamento

À direita, alguns exemplares do sexo feminino estirados na areia. Mais parecem espetinhos de galinha dourando ao sol. No alto, um avião tenta chamar a atenção dos veranistas dando cambalhotas no ar com uma faixa no rabo. À esquerda, um rapaz branquelo tenta camuflar uma câmera enquanto se aproxima do chuveiro público. Essa é a minha praia. Eu passeio por entre uma variedade de traseiros bronzeados que competem uns com os outros. Bundas descaradas, envergonhadas, murchas, amadoras, profissionais, orgulhosas, peludas, amarrotadas, esticadas, sorridentes. Todas semi-nuas. Uma abundância geral. A minha improvisa caminhos entre centenas de jurados. Durante o trajeto, algumas frases escapam do seu contexto e vão parar nos meus ouvidos conforme avanço entre os guarda-sóis.

“Mas eu não tava olhando para ela, amor...”

“Hummm essa aí sentou na brita, mas eu pegava”

Segurei o corpo que seguia sozinho o embalo da caminhada. Será que isso foi para mim? Vinte e um anos de bunda e já parece que sentei na brita? Aquela sentença significava que eu tinha um traseiro medíocre. Nem lisinho e empinado, nem uma gelatina disforme que ondula a cada passo. Eram bons glúteos. Pena que tinham sentado na brita. Pena que eu tinha me descontrolado ao ver aqueles docinhos no domingo passado. Agora terei que aceitar a nota C. Giro o corpo para verificar quem é o autor da frase. É ele: o homem mais asqueroso da orla marítima entre Capão da Canoa e Xangri-lá: o juiz do Supremo Tribunal das Nádegas de Atlântida. Ninguém o elegeu para o cargo, tampouco seus atributos físicos lhe valeram a posição. Uma tarde ele simplesmente aportou na beira da praia e começou a bater o martelo sobre o corpo de todo mundo.

Com a barriga escapando pela camisa desabotoada e o topete esculpido com gel, hoje ele faz de um quiosque de madeiras podres o seu palanque. Apoiado pela altura da estrutura, ele ostenta a coragem de falar tudo o que pensa como se isto o tornasse superior. Pelo menos ele se esmera nas cantadas, que são criativas, eu admito.

- Mas que moreninha, hein – grunhe ele no rosto de uma menina que escolheu mal o quiosque onde comprar a água de côco – tantas curvas e eu sem freio nenhum... – continua, apesar da expressão de asco da garota.

Seus amigos, duas marmotas risonhas, admiram as façanhas do meritíssimo. É fácil perceber que eles o idolatram com toda a força daqueles que realizam suas vontades através das ações de outros. Eles, que quando avistam um par de coxas, limitam-se a morder o lábio inferior.

Lembro que estou usando canga. E concluo aliviada que não havia sido eu que sentara na brita, no milho, naquelas cadeiras com assento xadrez de palha, ou qualquer outra superfície acidentada. A criatura inconveniente não tinha reparado em mim. Quanta paranóia. Recolhi-me à minha barraca, onde estaria protegida das gracinhas. Entre eu e o magistrado agora havia a canga, a lona da barraca e o escudo mais eficaz do mundo: meu namorado. A simples presença dele ao meu lado anula meu biquíni decotado, torna-me tão assexuada quanto uma ameba. Ninguém arrisca um olhar.

De repente, como se eu tivesse tomado cinco canecas de chope ao mesmo tempo, vem uma vontade impetuosa de ir ao banheiro. Só que eu sei que o juiz está instalado entre a minha barraca e aquela caixa azul que chamam de sanitário ecológico. Cruzo forte as pernas para ganhar tempo. Inútil. Todo mundo sabe que para esse tipo de caso só tem uma solução. Armada com a canga, tomo coragem e dou início à cruzada até o banheiro. Sinto os olhos do juiz me seguindo, mas ele não dá sinais de que pretende proferir um veredicto. Sem pensar, deixo a canga cair. Ganho um assobio. Que decepção. Esperava um julgamento mais criativo.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

excuse me, mr.

tá, agora que até o papel pobre acabou, não temos mais desculpa para não postar aqui.

eu sei, eu sei, nossos milhares de leitores imploraram pela nossa volta, criaram comunidades no orkut para verem as meninas do sem costura voltarem à ativa de novo (mesmo que seja com as listinhas de 'coisas para se fazer' e 'como ser uma loser em tal lugar'), e cá estou, tentando puxar a barquinha de papel
=)

e pra começar a semana QUENTCHY, eu tenho uma super novidade: o trio sem costura agora vai estar também no rádio! ééééé, galherinha, não bastasse os textos, querem nossa voz também para espalhar na internet.

já gravamos o piloto do programa, com direito a ter um Charlie para estas Angels que vos escrevem, chocolates e cerveja no mega estúdio personalizado.

Em breve estaremos com mais informações. Não se desesperem!

;)